terça-feira, 15 de abril de 2008

sites interessantes

Oi pessoal eu passeando pelas imagens do cade achei alguns sites interessantes que repasso para vocês
http://www.dw-world.de/dw/article/0,2144,1456891,00.html
traz uma cronologia da segunda guerra, o que pode ser bem util.

http://www.icsi.berkeley.edu/~chema/republica/exilio.es.html
traz fotos sobre os exilados na Espanha

http://www.telefonica.net/web2/sgm/juno.html
traz fotos da segunda guerra

http://www2.udec.cl/~angcastr/hisfoto.htm
É um arquivo gráfico sobre a segunda guerra mundial

http://www.forosegundaguerra.com/viewtopic.php?p=29896f
É um fórum sobre a segunda guerra mundial

http://arcade.ya.com/elitea/imagenes.htm
são imagens da segunda guerra

http://www.rumoatolerancia.fflch.usp.br/node/683
não tem haver com nosso curso mas é um site formado por doutores em história sobre a Inquisição, eu achei interessante

terça-feira, 8 de abril de 2008

Fichamento do Livro: A Era dos Impérios 1875-1914 Capítulo 1

Eric Hobsbawm nasceu em 1917 em Alexandria, no Egito, e fez seus estudos em Viena, Berlim, Londres e Cambridge. È membro da British Academy e da American Academy of Arts and Sciences, professor visitante em diversas universidades da Europa e da América. Lecionou até aposentar-se no Birkbeck College, da Universidade de Londres. Desde então ensina na New School for Social Research, em Nova York. Ele é um historiador de tradição marxista e um de seus interesses é o desenvolvimento das tradições. Seu trabalho é um estudo da construção destas tradições no contexto da Nação-Estado. Ele argumenta que muitas vezes estas são inventadas por elites nacionais para justificar a existência e importância de suas respectivas nações.
Neste livro ele analisa quais são as transformações mais evidentes do capitalismo no decorrer dos cem anos da Revolução Francesa, contudo afirma que a prática da comemoração dos centenários foram inventados no fim do século XIX.
A hipótese defendida por ele é que o mundo passou a ser genuinamente global e a maneira de se avaliar as conquistas não são mais sob a forma de descoberta dos territórios. Para exemplificar sua hipótese Hobsbawm cita as seguintes inovações: no transporte como a ferrovia e a navegação a vapor, que diminuem as distâncias nas viagens intercontinentais ou transcontinentais; nas comunicações como o telégrafo elétrico fazendo circular as informações mais rapidamente.
Uma outra mudança é na questão demográfica, levando em conta que a população aumentou consideravelmente. Um dos fatores para esta mudança foi a emigração para outros continentes como, por exemplo, o americano, fazendo com que as populações locais desses continentes mais que triplicassem. Porém no continente africano a população quase não cresceu, e em algumas regiões houve inclusive queda populacional. Isso se devia a constante retirada da população dessas regiões em forma de tráfico.
Outra questão colocada pelo autor é o contraponto da globalização na medida em que, embora o mundo parecesse menor, estava mais dividido, principalmente na concepção econômica e industrial, aumentando as diferenças entre os paises mais ricos e os mais pobres. Para ele no século XVIII as diferenças entre as regiões do planeta não pareciam invencíveis, pois a produção de riqueza e a cultura muito se assemelhavam. O que mudou no século XIX foi a Revolução Industrial que gerou uma defasagem econômica sem precedentes na história.
Para Hobsbawm o que a Revolução Industrial traz de novo é a tecnologia que não só melhora a situação econômica dos paises, mas a política, uma vez que com tecnologia os armamentos ficam mais sofisticados fazendo com que os paises mais atrasados sejam conquistados mais rapidamente.
Para o autor no século XIX a Europa era o norte da civilização e a matriz cultural do mundo, por causa muito mais da Revolução Industrial do que da Revolução Francesa. Um exemplo citado é o de que sem a Revolução Industrial os europeus não conseguiriam conquistar a Ásia, além disso, em termos propriamente culturais os automóveis, o cinema e o rádio foram desenvolvidos primeiramente na Europa.
O que Hobsbawm define como Europa não é uma região demarcada que conhecemos hoje, mas uma extrapolação dessa região para a América do Norte e a Ásia Central que tinham sido atingidas pelo capitalismo, como os EUA. Contudo analisa que muito mais do que uma questão econômica havia também a questão cultural, pois muitas regiões da Europa como Portugal não se encontravam bem economicamente, mas não estavam de forma alguma ultrajadas, pois faziam parte de um cerne europeu. A Rússia, por exemplo, fazia parte da cultura européia, não por sua população, mas pela forma de governo tipicamente europeu.
A dinâmica do processo industrial cria a dependência dos paises mais atrasados, bem como a decadência destes, uma vez que não conseguiam competir com os produtos dos paises mais desenvolvidos, o que gera uma pobreza em massa. As teorias racistas se proliferavam nestes paises que, de acordo com cientistas, tinham que sofrer um embranquecimento da raça para então conseguir chegar ao nível dos paises desenvolvidos.
Nos paises desenvolvidos por causa da proletarização dos trabalhadores começam a aparecer os partidos com interesse de classe. Essa “esquerda”, denominação tirada da Revolução Francesa, defendia não só melhores condições de vida para os trabalhadores, mas acesso a cultura e a vida intelectual.
Uma outra observação sobre os cem anos da Revolução Francesa é que apesar de ter crescido o número de cidades, centros urbanos, o mundo desenvolvido continuava agrícola, porém essa agricultura aumentava consideravelmente sua produtividade, competindo com a dos paises atrasados.
Uma indústria que chegou rapidamente nos paises atrasados foi a metalurgia, que era tão avançada quanto nos paises desenvolvidos. Porém a mudança foi um processo muito rápido e os centros urbanos cresceram cada vez mais até chegar à dicotomia cidade/campo. O modelo de governo que se espalhou, contudo não foi o centralista francês, mas o federalista americano.
Este modelo federalista excluía grande parte da população como aborígines e mulheres, no entanto os indivíduos eram livres e iguais, não mais servos, o que se traduzia em meios jurídicos, não econômicos. Uma outra característica que se espalhou foi a questão educacional, nos paises desenvolvidos houve uma democratização do ensino, o que não ocorreu nos paises desenvolvidos.
A Industrialização apesar de tudo trouxe uma melhoria nas condições de vida das pessoas, pelo menos no que se refere aos paises desenvolvidos, um exemplo disso é o aumento da estatura humana por causa da nova dieta alimentar. A loja de departamentos ajudou sobremaneira as pessoas dos paises menos desenvolvidos devido ao preço mais baixo cobrado.
Os paises atrasados tentavam imitar o progresso dos paises desenvolvidos. A cultura burguesa se espalhou muito mais rápido do que o desenvolvimento.

terça-feira, 1 de abril de 2008

A Inserção do pensamento de Marx e Descartes no advento da sociedade moderna

No período medieval, tudo era considerado espiritual, usava-se Deus para explicar todos os acontecimentos. A Igreja mantinha a coesão social, o Papa era infalível, a pobreza era vontade de Deus, bem como a ordem social. O ceticismo a este pensamento começa na Renascença. Há uma mudança de paradigma no século XVI, no período da modernidade. Esta modernidade se articula no discurso do capital e da ciência. Nos séculos XVI/XVII há o “silencio de Deus”, ou seja, a sociedade não se remete mais a Deus como uma explicação. O ser humano volta-se para a natureza humana, que em decorrência disso passa, a partir desse momento, a ser estudada.
A razão vai ocupar o lugar que até então era ocupado por Deus. Ela se transforma num princípio unificador e se aplica a todos os domínios da natureza e do mundo, inclusive o político e religioso. Assim a razão passa a ser um paradigma, uma força política. Os homens buscam a verdade na linguagem e na escrita humana, não mais na revelação divina. O pensamento reformista coloca em xeque a autoridade e os critérios de produção da verdade. As mudanças se expandem na filosofia e na ciência.
Marx faz uma ruptura com o pensamento vigente no século XIX permitindo uma nova forma de pensar o sistema capitalista de produção, mostrando como ele se constituiu. A acumulação primitiva de capital é anterior ao capitalismo, ela é um pressuposto ético, não uma diretriz econômica. O capitalismo surge com a Revolução Industrial e esta, por sua vez, pressupõe a ciência afastada da religião.
A modernidade permite a criação de uma sociedade laica, onde ocorre a separação entre a fé e a razão e esta separação só acontece com a mudança do pensamento e o advento do questionamento e do individualismo. Por isso a modernidade se identifica com o capitalismo.
Os costumes, a história de um povo, a tradição cultural, anteriormente, influenciavam a forma como as pessoas pensavam, o que acreditavam. Estes costumes e tradições começam a ser postos em xeque no advento da modernidade.
Descarte se insere nesta lógica quando propõe que Deus não é mais a certeza básica. Ele é necessário só para mostrar a existência do mundo além do próprio sujeito. Deus é a necessidade epistemológica e não mais a estrutura ontológica do mundo.
Descartes viveu numa época marcada pelas guerras religiosas entre protestantes e católicos na Europa. Ele viajou muito e viu que sociedades diferentes têm crenças diferentes, mesmo contraditórias. Aquilo que numa região é tido por verdadeiro, é achado como ridículo, disparatado, mentira, em outros lugares.
Nesse caminhar, cada vez mais a ciência se afirma. A questão do mundo, em última análise, não é mais questão da filosofia, mas da própria ciência.
Descarte questiona o pensamento dualista (verdadeiro/falso). Para tanto sugere questionar o próprio conhecimento, método este que qualquer ciência pode utilizar. Na verdade ele quer achar um ponto de certeza no meio da dúvida. Para tanto parte do mais simples (eu sou corpo) para chegar ao mais complexo (eu sou uma coisa que pensa). È através do raciocino lógico que ele chega às certezas. Ele vê o homem como uma unidade em si.
Através desse raciocínio Descarte corrobora a teoria de que a prova da existência das coisas materiais é que elas podem ser reduzidas a códigos matemáticos, diferindo do pensamento medieval onde elas existiam, pois, Deus havia criado ou porque a Igreja dizia que existiam. Ele não questiona a criação de Deus, admite que Deus criou, mas se afastou deixando a natureza se guiar por ela mesma. Essa existência pode ser comprovada através dos códigos matemáticos.
A nova forma de organização da sociedade gera, de acordo com Descarte, um estranhamento do seu próprio “eu” levando esta sociedade a não saber mais com certeza realmente o que é e, situando-se como um ser pensante inserido neste novo contexto, onde a meta é produzir para acumular mais e mais capital.