sábado, 31 de maio de 2008

Explanação do livro o menino do pijama listrado

John Boyne nasceu em 30 de abril de 1971. Ele é um romancista irlandês e foi professor de língua inglesa no Trinity College. Foi também professor de literatura criativa na Universidade de East Anglia, onde foi premiado com o Curtis Brown. Já escreveu cinco romances e uma quantidade de contos que foram publicados em várias coletâneas e transmitidos por rádio e televisão. Seus romances foram publicados em 29 idiomas. O menino do pijama listrado é um mais vendido em Nova York e uma adaptação para o cinema começou a ser filmada em abril de 2007.
Este livro conta a história de um menino chamado Bruno que tem nove anos é alemão, mas não sabe nada sobre o Holocausto e a Solução Final contra os judeus. Também não faz idéia de que seu país está em guerra com boa parte da Europa, e muito menos de que sua família está envolvida no conflito. Por causa de seu pai que trabalhava para os nazistas Bruno foi obrigado a abandonar a espaçosa casa em que vivia em Berlim e mudar-se para uma região desolada, onde ele não tem ninguém para brincar nem nada para fazer. Quando chega lá, Bruno odeia o lugar e quer voltar imediatamente para Berlim.
Da janela do quarto, Bruno via uma cerca, na qual havia um terreno onde ficavam, centenas de pessoas de pijama. Depois de algum tempo, ele em uma de suas andanças pelas redondezas da cerca arranja um amigo chamado Shmuel, um garoto com pijama listrado, ou seja, um prisioneiro. Este menino curiosamente nasceu no mesmo dia que ele. Conforme a amizade dos dois se intensifica, Bruno vai aos poucos tentando elucidar o mistério que ronda as pessoas que vivem daquele lado da cerca.
Um dia Bruno quis passar pro outro lado, para conhecer o lugar onde morava seu amigo. Porém para tanto teve que vestir a mesma roupa que Shmuel. Quando ele passou para o outro lado, foi junto com os presos e seu amigo para um quarto escuro. Depois disso ninguém nunca mais soube de Bruno.
Em muitos sites da internet este livro é indicado como um bom início para um leigo no assunto Holocausto, porque não se atém aos campos de concentração nem narra explicitamente os sofrimentos dos prisioneiros. É conceituado como um livro emocionante e divertido, apesar de triste.
Entretanto, à medida que li o livro, fui tomada por uma sensação desagradável, pois como Bruno, um alemãozinho bem alimentado e educado, com nove anos de idade bem no meio da Segunda Guerra e filho de um oficial nazista de alta patente, não sabe realmente de nada que se passa ao seu redor, beirando a estupidez.
Além disso, como pode um garoto alemão de noves anos não saber pronunciar corretamente as palavras Der Führer e Auschwitz? Bruno diz o Fúria, e Haja-Vista, além de achar que Heill Hitler seja "uma outra forma de dizer ‘Bem, até logo, tenha uma boa tarde'". Quando se mudou para Auschwitz nem imagina que as pessoas do outro lado da cerca estão presas, chegando no livro a questionar porque elas usavam a mesma roupa, talvez para ele fosse uma questão de gosto e de moda. Outra pergunta posta por ele é porque todas estavam carecas, talvez segundo sua lógica por causa de uma infestação de piolhos.
No livro os maus tratos a judeus são tidos como “uma coisa muito feia” que os soldados faziam aos prisioneiros, quando um matou, eu acho que matou, pois no livro não ficou muito claro, um senhor que trabalhava na casa de Bruno ou como quedas de bicicleta no caso de Shmuel quando ele apanhou de um soldado. Outras questões como o que eram os judeus, ficam pouco claras no livro, sendo simplesmente relatadas como “o outro”.
John Boyne caracterizou pessimamente o personagem, sem falar nos encontros às escondidas entre Bruno e Shmuel, incontáveis vezes, sem que fossem descobertos uma única vez num campo de concentração como Auschwitz. E o final trágico onde eles simplesmente morrem, sua irmã chora sem para sua mãe beira a loucura e seu pai é morto pelo regime. Quer dizer fechando o livro como uma forma de punição aos pais por terem entrado no regime nazista, matando seu filho.
Apesar dessas distorções, o livro entretém, pois é escrito rigorosamente de acordo com os manuais de "Como prender a atenção do leitor" e isso ele consegue mesmo.

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