sábado, 31 de maio de 2008

Fichamento do texto O colonialismo como a glória do império autor Edgar de Decca

Edgar de Decca é pesquisador Nível 1A do CNPq, concluiu o doutorado em História Social pela Universidade de São Paulo em 1979. Atualmente é professor Titular da Universidade Estadual de Campinas e Pró-Reitor de Graduação no período de 2005 a 2009. Também é membro do conselho consultivo da revista Estudos Históricos da Fundação Getúlio Vargas - RJ, membro do conselho editorial da revista de História da Universidade Estadual de Maringá, membro do conselho editorial da revista de História da Universidade Federal de Santa Catarina, membro do conselho consultivo de revista de História da Universidade Estadual de Ponta Grossa e membro do conselho editorial da revista de História da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Atua na área de História, com ênfase em História do Brasil República, porém tem trabalhos publicados nas áreas de história, historiografia, literatura, classe operaria, memória histórica, historia do Brasil, teoria e filosofia da historia e memória.
Em seu texto “O colonialismo como a glória do Império” ele começa abordando a comemoração do jubileu da Rainha Vitória em 1897. A Europa nesta época vivia em relativo clima de paz desde o fim das guerras napoleônicas. Havia alguns conflitos na África, mas as atividades capitalistas estavam prosperando, apesar dos constantes protestos trabalhistas por melhores condições de vida e de trabalho. As festividades para a rainha incluíam ministros e militares de todas as partes de suas colônias.
A Inglaterra se autogloriava com o aumento de seus territórios, mas esta expansão territorial também foi visível em outros paises europeus como a França, a Alemanha e a Itália. Esse processo de ampliação territorial era pautado por uma necessidade de ampliação de mercados das economias capitalistas industriais e por obtenção de matéria prima.
Uma particularidade importante é que esta expansão européia se deu nos continentes africanos e asiáticos, por causa, em parte, da doutrina Monroe que defendia a América para os americanos, ou seja, a defesa deste território para os Estados Unidos.
De acordo com o autor os indivíduos que viviam nas colônias, vindos dos estados expansionistas gozavam de uma liberdade de ação e decisão que nenhum segmento ou grupo que vivia no interior desses estados e nações européias possuía. Os ingleses nunca enxergaram os povos que estavam sob sua dominação como sendo iguais ou tendo os mesmos direitos.
O aparato jurídico, administrativo e militar dessas localidades era diferente do aparato das nações européias. A expansão só pode consolidar-se através do domínio militar, no entanto nem sempre o poderio militar era necessário para dominar um país, algumas vezes utilizava-se a dominação econômica, como no caso do Brasil, onde a economia cafeeira foi decorrência dos empréstimos estrangeiros, seja para melhorar a produção, ou para construírem-se estradas de ferro, melhorar os portos, os serviços urbanos, etc.
Neste período também houve o crescimento das cidades européias, devido as melhorias das condições de vida, seja em termos dos avanços científicos ou da medicina. Criaram-se as lojas de departamentos, a exposição de mercadorias nas vitrines, tudo possível graças a produção em massa, tornando os estoques e as vendas coisa rotineira. Vale ressaltar que as vitrines mudavam constantemente atraindo mais e mais consumidores com amostra variada de novos produtos que eram lançados no mercado. Em contrapartida existia também muita pobreza nestas cidades, principalmente de pessoas que vinham procurar trabalho, mas acabavam não encontrando e ficando na miséria. O tempo de lazer nas cidades aumentava. As pessoas podiam se dedicar a diversões e ao consumo, diferente do campo onde o indivíduo quase ficava totalmente preso a atividade administrativa e ao cultivo da terra. Assim aumentou o número de teatros, circos, parques, panoramas (antigos cinemas), centros esportivos, etc. Até para as classes operarias aumentou o número de pubs, espaços prediletos por estes trabalhadores.
Foram realizadas grandes construções para serem símbolos da modernidade e demonstração do poderio capitalista daquela localidade. Foi assim criada a Torre Eiffel em Paris, a Estátua da Liberdade, o Palácio de Cristal na Inglaterra, etc. Aconteciam também exposições universais das indústrias, prática que se mantém até hoje, para mostrar os novos aparatos tecnológicos.
Nasce também um novo personagem o turista. As pessoas, com o avanço das estradas de ferro e da navegação podiam se deslocar mais facilmente para outras localidades e a partir dai cresce a indústria do turismo, que vende viagens sensacionais e milaborantes para encantar os sonhos de seus consumidores. O autor cita a história do Titanic que era o sonho tão maravilhoso de grandeza e modernidade, símbolo de uma sociedade, levando inclusive sua divisão social, parecendo indestrutível aos olhos de todos, mas que acabou em tragédia.
Esse novo modo de encarar a vida e o mundo abre portas também para novas perspectivas e abordagens da mente humana. Agora este homem está coberto de neuroses e desejos que podem muitas vezes ser atingidos e alcançados, mas a custa da sociedade.
Crescem biografias de aventuras, com heróis fictícios ou reais como no caso de Lawrence da Arábia, Indiana Jones, James Bond, etc. Nascem também obras que criticam a dominação por parte do colonizador, como “A passagem para índia, A Fazenda Africana e Meus dias na britânia”. As viagens e os relatos dos romances traziam respostas sobre aquelas sociedades encontradas na expansão Imperialista.
O movimento socialista inserido nesta dimensão capitalista, toma para si o mesmo empreendimentos expansionistas, visando a partir da Intentona se tornar internacional. A maioria dos representantes de partidos era européia, mas havia também dos EUA Índia e Japão, demonstrando que o socialismo já abarcava estas sociedades. Foi escolhido a comemoração do 1o de maio, um hino oficial e uma bandeira para o partido.
Nas intentonas foi também discutido o caminho para se chegar ao socialismo. Algumas facções achavam que teriam que lutar para transformar a sociedade, mas outras achavam que o capitalismo entraria em colapso, por isso as mudanças podiam ser feitas na própria sociedade burguesa. Outro ponto de discórdia foi em relação as idéias anarquistas, fazendo com que este movimento se afastasse da Intentona. Outra questão trazida a debate na Intentona foi a inevitabilidade histórica do socialismo descrita por Bernstein. Muitos foram seus opositores achando que ele tinha traído Marx, porém isso quase gerou um racha no partido. O socialismo e o anarquismo tentaram impedir a Primeira Guerra Mundial com campanhas pacifistas, mas nada adiantou e a guerra foi declarada.

Um comentário:

Nina disse...

Me salvou... tem 17 páginas esse texto... Muuuuito obrigada