sábado, 31 de maio de 2008

Fichamento do capitulo IV, V e VI do livro a Era dos Impérios 1875-1914

Nesses capítulos Hobsbawm focara sua análise em dois temas centrais: o processo de democratização das nações européias e a formação do movimento operário. Para ele esse processo de democratização é que deu consciência ao movimento operário, posteriormente transformando-o em uma classe operaria de influência nacional. Outro tema abordado principalmente no sexto capítulo é que a partir dessa dinâmica, se conjuntura o nacionalismo no período pré-guerra mundial.
No quarto capítulo Hobsbawm trata da formação, ação e efeitos da Comuna de Paris. Para ele a Comuna de Paris foi um movimento de administração popular organizado pelas massas parisienses. Este movimento teve diversas influências ideológicas e provocou medo, instabilidade política e econômica a nível nacional. Porém por causa de sua lógica grevista e revolucionaria, foi duramente sufocado, mas não sem antes conseguir concessões fazendo com que se tornasse uma referência histórica. A partir desse movimento Hobsbawm demonstra como que a democratização foi uma conquista popular, bem como o comportamento e posicionamento da elite em vista desse assunto.
Para Hobsbawm não podemos considerar a Comuna como uma revolução socialista, ela era um movimento preocupado em mudar algumas perspectivas sociais, porém não a lógica social como um todo. Uma das reivindicações propostas pela Comuna foi o direito ao voto por parte das massas. Apesar de se considerarem democráticos a política Inglesa foi de enfraquecimento das assembléias que o povo elegia candidato, já no caso alemão havia diversas exigências excludentes que impediam o acesso ao voto.
Em outros paises havia fraudes no registro eleitoral, exigência de determinada renda ou posse, voto de cabresto, etc. Isso levou a formação de levantes de protestos, descontentes com a situação criada e conflito contra as camadas conservadoras. Desenvolveram-se os partidos de massa por toda a Europa, originou-se a imprensa popular que contribuiu em larga escala para a expansão dos movimentos de protesto.
As reivindicações, todavia não eram comuns a todos. Hobsbawm aponta as dificuldades encontradas pelos trabalhadores, sobretudo os operários, em formularem uma pauta, suficientemente forte para despertar o interesse dos mais variados tipos de necessitado, dos quais a participação havia se tornado condição para a própria sobrevivência dos movimentos opositores.
No capítulo V o autor analisa os problemas enfrentados pela classe operária para o fortalecimento de seus projetos e reivindicações demonstrando que estes mudaram ao longo do tempo. Primeiramente ele aborda a mudança sofrida no discurso dos operários, que passam a ser considerados discurso para todos os trabalhadores, demonstrado, no entanto que esta mudança se deu de maneira gradual. Outra mudança é que o movimento passa a abranger os trabalhadores rurais, ate então impensado quanto autores sociais.
Dentro do movimento operário, se especificam duas correntes que passam a ser concorrentes entre si com projetos diversos. Uma delas é o socialismo que pregava uma revolução contra as classes dominantes, mas também cresce o movimento anarquistas que queria reivindicações mais concretas.
O problema da pluralidade das classes de trabalhadores manuais foi resolvido pela via ideológica, o ideal mesmo sendo proletário por natureza, podia ser facilmente adaptado pelo camponês, quanto às camadas intermediárias, estas sim consistiam em sério problema aos partidos de massa. A direita aproveitando-se desse dilema formula estratégias para trazerem este seguimento social para o seu lado.
O esquema construído pela direita, e principalmente pela extrema direita, foi à construção dos ideais nacionalistas. Isso é discutido por Hobsbawm no capitulo VI. Os apelos nacionais e o simbolismo desenvolvido em torno deste projeto representavam à ação do estado no apaziguamento das tensões sociais. Novamente o governo se utilizara de mecanismos que objetivavam a manipulação as massas e a manutenção de sua ordem social.
O nacionalismo propagado até meados da primeira guerra mundial, possui como maior público alvo evidentemente as massas, as dissidentes e as intermediárias, o culto a bandeira, ao povo, a língua e a necessidade de se defender o país de ameaças iminentes serviram de pilares aos quais se sustentaram à unidade nacional e a contenção de possíveis conflitos internos. A educação desempenhou papel fundamental neste projeto, por meio da mesma objetivou-se um esforço em prol de uma língua oficial, além de despontar como um eficiente serviço de propaganda governamental em larga escala.
O número de professores primários elevou-se em diversas nações européias. A organização em torno do nacionalismo rapidamente atingiu os movimentos operários que mais uma vez testemunhavam à necessidade de um projeto amplo e também a nível nacional. Contudo a propaganda nacionalista fora efetuada de modo quase perfeito. Esse movimento conseguiu elevado número de adeptos, inclusive nas classes populares. A xenofobia, culpar o estrangeiro pelas condições sociais vividas também teve voz desviando as lutas sociais da esfera de luta de classe para a esfera de luta contra o outro. Esse movimento levou ao desencadeamento da primeira guerra mundial, que mais do que nações imperialistas lutando encontravam-se ali indivíduos lutando por sua pátria, sua casa.

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